Nill Marcondes e a ‘Paixão de Cristo’ em Alagoinha: O legado de um papel que transformou vidas

Neste 6 de janeiro, Dia de Reis, uma data que simboliza a visita dos Três Magos ao Menino Jesus, guiados pela estrela guia – Baltazar, que levou a mirra; Gaspar, portador do incenso; e Melchior, que ofereceu o ouro – cujo nascimento comemoramos no Natal, já nos direcionando para a próxima grande Celebração Cristã: a Páscoa e a encenação da Paixão de Cristo,  que simbolizam a morte e ressureição do Messias. Em Alagoinha, Pernambuco, uma cidade pequena em tamanho, mas gigante em cultura e espírito comunitário, a Paixão de Cristo se tornou uma tradição que ultrapassa gerações.

O ator Nill Marcondes, com mais de 35 anos de carreira, teve a emoção de interpretar Jesus Cristo na encenação realizada na cidade, do ano passado. “Foi um marco para mim e para Alagoinha”, afirma. O feito ganha ainda mais relevância ao destacar a representação de um Jesus Cristo negro, um símbolo de inclusão e representatividade que emocionou profundamente o público e o próprio ator. “Ser um Jesus negro, em uma sociedade tão carente de representatividade, foi uma das experiências mais significativas da minha vida e da minha carreira. É mais do que um papel; é um legado”, reflete Nill.

A iniciativa, liderada pelo diretor local Alexandre Araújo e reforçada pela Prefeitura, já conta com um cenário definido estabelecido em 2022. “Interpretar Herodes foi especial, mas dar vida a Jesus Cristo foi, sem dúvida, o maior presente profissional da minha carreira”, destaca o ator.

A encenação da Paixão de Cristo em Alagoinha não é apenas um espetáculo teatral. É um evento que ocorre na comunidade local, envolvendo moradores em todas as etapas da produção, desde o cenário até as atuações. Segundo Nill, a receptividade calorosa dos habitantes e a ligação afetiva com a cidade tornam a experiência única. “Ir para Alagoinha é como visitar amigos e familiares. Sinto-me em casa”, revela.

Para o ator, a emoção de representar Jesus Cristo transcende o palco. “É uma sensação indescritível ver como as pessoas se sentem representadas e tocadas pela história. É gratidão pura”, completa.

Com mais de 20 anos de tradição, a Paixão de Cristo de Alagoinha continua a ser um símbolo de fé, união e resistência cultural, mostrando que pequenas cidades podem criar grandes histórias. Enquanto o mundo celebra o Dia de Reis, os moradores de Alagoinha já começam os preparativos para mais uma edição emocionante deste espetáculo que se tornou um patrimônio do coração pernambucano.