O mercado óptico brasileiro, que movimenta aproximadamente R$ 25 bilhões por ano, tem se destacado pela sua resiliência e crescimento constante, mesmo em cenários desafiadores. Dados do IBGE revelam que cerca de 100 milhões de brasileiros necessitam de correção óptica, mas 68 milhões ainda desconhecem essa necessidade, o que demonstra o vasto potencial inexplorado desse segmento. O uso crescente de dispositivos digitais tem acelerado a demanda por óculos de grau, com mais de 70% dos usuários reconhecendo sua importância para o dia a dia, de acordo com pesquisas da Abióptica.
Diante desse cenário promissor, as empresas do setor precisam não só acompanhar as tendências globais, mas também reinventar-se para atender às novas exigências do mercado. Um exemplo notável é a trajetória da Óticas Ernesto, uma das marcas mais tradicionais da Bahia, que vem se adaptando ao novo perfil de consumidor. Fundada em 1947, a rede agora integra o portfólio do Grupo Ralson, mantendo sua identidade clássica, mas com um olhar voltado para o futuro.
A transição da Óticas Ernesto para uma rede de franquias, sob a liderança do Grupo Ralson, reflete a tendência de modernização que permeia o setor óptico. O grupo, que também comanda a Ótica Salvador, já possui mais de 25 pontos de venda em oito cidades, com 15 unidades operando sob o modelo de franquia. A expectativa é que o número de lojas alcance 30 até o final de 2024, consolidando a presença dessas marcas no mercado nacional.
O crescimento do setor óptico brasileiro é respaldado por números robustos. A Associação Brasileira das Indústrias Ópticas (Abióptica) reportou um aumento de 12,5% no faturamento do setor nos primeiros nove meses de 2022, em comparação ao mesmo período de 2021, ano em que as vendas chegaram a R$ 22 bilhões. As previsões da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que metade da população mundial será míope até 2050, o que sugere que a demanda por produtos ópticos continuará a crescer de forma exponencial.
Essa realidade impõe desafios e oportunidades para as marcas estabelecidas, que devem equilibrar tradição e inovação para permanecerem relevantes. A Óticas Ernesto é um exemplo de como o setor óptico brasileiro está se reinventando, combinando a experiência de décadas com uma estratégia de expansão moderna, adaptada às necessidades do consumidor contemporâneo.
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