Quem esteve presente no circuito Barra-Ondina durante o Carnaval de Salvador de 2025 — especialmente na quinta, no domingo e na terça-feira — pôde acompanhar a passagem de um dos artistas mais carismáticos e talentosos desses 40 anos da Axé Music: Marinhho Lessa.
Sua nova música, Eu Amo Ser Daqui — composição de Davi Salles — contagiou o público com o refrão marcante: “soteropolitano eu sou, eu amo ser daqui”. A canção, uma verdadeira declaração de amor a Salvador, marcou o retorno de Marinhho aos estúdios após 15 anos afastado das gravações. Em sua trajetória, ele já integrou bandas como Papa Léguas, Capitão Gancho e Capitão Axé e fez shows por todo o Brasil.
O momento do lançamento da cação não poderia ter sido mais simbólico: a folia baiana celebrou os 75 anos do Trio Elétrico, os 40 anos da Axé Music e os 30 anos de carreira de Marinhho — um dos nomes que representam a geração que manteve vivo o movimento Axé Music. Vale destacar que Marinhho faz parte de uma geração de artistas surgida dez anos após o início do movimento e, por opção, resolveu ser fiel ao estilo até hoje, seja interpretando clássicos quanto boas músicas da nova safra de cantores e compositores.
“Desde aquele momento eu me apaixonei pelo ritmo e decidi que minha carreira seria alicerçada nessa batida contagiante – e assim tem sido. Não sou preso a saudosismos, mas acredito que, ao mesmo tempo em que precisamos mostrar o novo da nossa música, também é essencial reverenciar os grandes mestres”, compartilha Marinhho.
Durante os três dias em que comandou o Bloco Universitário — sem cordas, voltado exclusivamente para o folião pipoca — Marinhho emocionou o público com interpretações de clássicos de Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Gerônimo, entre tantos outros ícones do axé.
“Não foi fácil fazer essa seleção musical. Nossa história é muito rica e temos canções fenomenais, algumas verdadeiras aulas de história, como ‘Faraó – Divindade do Egito’, de Luciano Gomes, e ‘Madagaskar Olodum’, de Rey Zulu”, revela. Para quem não sabe, “Faraó” foi o primeiro Samba Reggae gravado no mundo, em 1987, no LP Força Interior, da Banda Mel, sob a batuta do nosso saudoso Neguinho do Samba.
Após o sucesso no Carnaval, Marinhho promoveu uma comemoração intimista para convidados na Varanda do Sesi, no Rio Vermelho, onde recebeu a cantora Cláudya Costta para uma participação especial. “A ideia é essa: depois do Carnaval, as comemorações continuam. E no meu repertório, a boa música sempre vem em primeiro lugar”, conclui o artista.
Fotos: Fred Pontes / Divulgacao
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